segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O tempo e o botox

Botou, botou botox
Ficou com cara de aço inox
com inchaço meio plástico
E eu me pergunto
O que traz felicidade ao seu sorriso de pato?
Onde posso ler o medo
Ou a sua alegria
Se em teu rosto não há relevo?
Acho feia a fantasia
Me entenda, não condeno
Apenas vejo o tempo em tudo
Menos no teu rosto mudo
Que não muda de expressão

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Passando perto e distante
Teria contigo parentesco
Ou são primas por grotesco
Sentimento de esconder?
O que denuncia mais
Estas marcas esta moda
De ao invés de deixar a rodar ir na própria direção
Mexe tanto assim por fora
Que nem sei se há mais hora no relógio dessa cara
Ou se no espelho da alma existe reflexão

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

minha gata dele

Ele tem uma
uma mulher que ele chama de minha gata
ela não é minha nem é dele
mas se assim ele a chama deve ser deve ser dele sim
minha gata, digo, gata dele, ouve poesias e suspira
gargalha e grita
silencia e o chama de meu gato
meu gato, digo , o gato dela é tão gato quanto ela é gata, gata massa
gato lindo
acho lindo eles não serem, nem marido nem mulher mais amigos animais
ele tem uma minha gata e ela tem o meu gato que a vida deu
e assim seguem unidos
por todas as arvores e todos os sentidos, todo faro sem perigo por mim compreendido como a forma mais bacana de se chamar
minha gata, meu gato!!!
o gato é meu amigo
a gata amiga de uma amiga gata
nessa rede, nesse balaio de gatos , somos mesmos vagabundos, por que rimos e muito
desse mundo que não entende a mutação lúdica de sua própria raça.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A tatuagem que gerou canção !!!!


Desenhei você no braço
Pra levar Seu amor aqui comigo
Aonde quer que eu vá ,depois
Eu pintei o universo, colori
Com as coisas do seu mundo
Como o mar e o seu futuro
Como o ceu côr dos seu olhos
"-melhor filme que já vi"
Como frases do teu livro
Que sem ler já pressenti
Você vai comigo e eu te levo pelo braço
E o seu cansaço em meu descanso
É como um abraço

Mais sobre a casa.....

Anos depois, essa casa virou uma escola de música. Fui visita-la e no meu quarto havia dois violões pendurados.
Hoje não sei quem mora, mas acho que jamais deixaremos de ser os verdadeiros donos!

A casa da música.


Hoje pensei muito nas crianças. Aquelas que eu abraço, as que estão distantes, meus pequenos, meus afilhados, meus filhos do coração. Pensei na criança que fui e sou, desde de pequeno , um cantor. Minha brincadeira favorita; fazer roteiro de show e depois realiza-los no palco dentro do banheiro. Uma vez, quebrei um teto de gesso do banheiro da minha casa, pois o pulo do final da música foi tão maravilhoso que a "equipe técnica" não previu, e acabamos no "prejuizo".
O pior é a explicação. Tive que inventar uma mentita maior que o pulo.

Adoro meus pequenos cantores.... e são muitos. Meus sobrinhos todos cantavam, meus sobrinhos netos também cantam lindo... a música nos enche de felicidade e saudade.

Tenho saudade de quando não ganhava dinheiro pra cantar, mas não gostaria de hoje , cantar e não ganhar.
Tenho saudade da casa que nasci (foto), Rua dos artistas 18. O nome já predestinava algo, não?!

Tenho saudade das radiolas,dos discos de Waldir Calmon feitos pra dançar, 1 2 3 4 e lá vai mundo dançando, da voz grave de minha mãe, canto lindo, profundo. Do piano de Graça e seus dedos magrinhos armando acordes imensos, e das canções que até hoje me fazem chorar. Da dedicação de Luis, que me colocou na música, que me ensinou os primeiros acordes e dos seus olhos brilhando. Saudades dos outros irmãos que muitas vezes me aturavam á tocar o dia inteiro, até no banheiro; o banquinho já era o "trono". Saudade de meu pai que já se foi, e era um exemplo perfeito de desafinação, assim como Zeca, meu padrinho e irmão. mas que se mostrou um bonissímo cantor e comediante quando se tornou meu aluno (não porisso), mil anos depois disso tudo, na terra do hoje. Lembro de Cesar dedilhando música dos Beatles no violão, Ricardo á compor... enfim, familia onde a música, além de outras coisas, nos unia. Afinados, desafinados, descompassados, amorosos, irritados, tristes, alegres, satisfeitos ou nem tanto, a música dava esse tom de harmonia e ligação entre nós.

Saudade? Pode até ser a palavra e sentimento corretos.
Mas agora notei, que isso tudo está em mim. Na criança que fui, que sou e serei. Pequeno cantor, adulto, homem, novo , velho. É só ir buscar na memória, que vem tudo como se fosse hoje, e é. A terra do nunca, onde nunca se cresce pra mim é a terra das lembranças. as mais lindas lembranças da minha familia musical!