quinta-feira, 25 de março de 2010

Soneto da explicação

Aquela poesia não é minha, não é sua, é de quem ler
As minhas palavras quando ganham vento
Vão a lugares que nem eu mesmo posso ver
Podem durar eternamente ou por um momento

Não pense que sou dono absoluto, sem ciúmes e sem luto
Sou humano, sou estranho, um poeta uma confusão
Em mim moram a terceira pessoa, você e o mundo
Não perca tempo em descobrir a fonte de inspiração

Por que ás vezes nem sei, ás vezes nem há
Ás vezer não quero dizer, admitir
nem pra mim, pra ninguém, nem pra você

A poesia não precisa de explicação
Se minha rima causa alguma satisfação além de nós , que bom
Cabe a ti "resaber" que é todo teu meu coração

domingo, 21 de março de 2010

Pode gostar de mim

quando vc chegou, meus olhos ja grudaram para entender
e antes de entender tracei o que fosse melhor pra te tornar pior
e pegar na sua naturalidade que é claro que minha
ansiedade não me deixava ter
tudo me incomodava e eu era convicto do meu saber

eu não pensei além, só pus na balança o medo de perder
esse lugar que é meu e so agora sei que ninguem pode tirar , só eu
tentei influenciar chatiar, pra ninguém conseguir
nem ousar gostar de ti
que coisa mais criança, coisa que mais cansa é desgostar de si


agora o tempo trouxe um novo olhar eu relaxei eu enxerguei
contigo eu rio o tempo todo, falo do antigo desconforto, implicante eu
não digo que somos irmãos, mas de algum modo sim
eu entendi sua graça , vi nas tuas lágrimas tua alma sorrir
me vi no teu espelho segui seu conselho,
"relaxe, pode gostar de mim"

quinta-feira, 18 de março de 2010

Você não gosta de mim


Você não gosta de mim, viu?
Eu descobri sem querer
A mim já basta a dor de saber
Não importa mais o por que
Não importa se o que fiz
Foi pouco ou se o que não fiz
O que me importa sentir
Que existe alguma razão
Sem dúvida o pior não
É o não do não gostar
Só me interessa partir
O pouco que me restou
Deixar agora o ceu cair de vez
Meu chão deixou de existir
Só é bom saber que não preciso mais
Pedir pra ir ou ficar
Você não gosta de mim, sim
Eu vou seguir sem voltar
O bom é que tudo passa
E sem você vou passar

Vigilia Virtual Vigilia



Vi uma foto do seu corpo
parecia um mapa, algo como um deserto
pele cor de areia, sol sobre a superficie clara
Curvas que acendem pensamentos sem toca-las
partes rosadas, carne da minha fome
teu corpo, mesa posta
ao invés de sentar-me, deito-me e ao sorrir comigo
acendemos as velas e que o vento nos leve
Esse mar de suor dá sede
inevitável rima na rede
que armou para mim
Eu preso á tua lembrança
repentina nova rima, esperança do teu corpo
ser habitável, penetrável, tanto quanto é insaciável
o meu desejo de fazer o tempo voltar
Já que não sou Super-homem
me consolo nos abraços que a tela me dá.
Adormeço e retrocedo na frente do computador
A única vigilia que posso fazer
A única armadilha a que posso ceder.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Parabéns, meu povo!!!!


Nós somos mesmo, dignos de lástima
Que povo somos!!!
Elegemos canalhas, tiramos eles
E depois colocamos os mesmos de volta
Que povo alegre esse, adoa ver a própria miséria
Rir e re-rir por ultimo e melhor
Douram a pilula dos "dourados", que batem em mulher, que odeiam gays e falam asneiras incríveis sobre aids e a vida
E amam a casa, a casa dos outros, a casa da tv....
seria um espelho?
Viver a vida .... que linda, todo mundo sorri, a cadeirante é modelo
não sofre preconceito, o morro é demais, pode subir ...
E a nossa igreja? condena tudo o que ela mesma faz
Os que comem o traveco da Manoel Dias, ou dão
São os primeiros que falam de Ronaldo
Que por sua vez aproveitou tudo direitinho em horário nobre
Mas quem não curte não procura né?
E o traveco, morreu ou mataram?
E os casais em Cristo? Só podem odiar Jesus (Luz)
Esse sim come a Madonna, e sem culpa.
Há algum tempo, muito tempo em Deus É Brasileiro, escrevi;
"ei, você ai de cima por favor me ensina
como esse povo que sofre com fome e que passa mal
vai batucar na panela vazia e fazer carnaval?
Eu só quero entender"
Hoje em dia, já entendi, vive muita coisa e pouca coisa me assombra
Mas não xinguem Cazuza, Caetano, Bethânia, Chico etc
Não falem mal dos gênios, dos meus amigos gays, nem de mim
dos meus amores, e dos que não são gênios
Não recriminem os amantes, meus, deles, delas ou seus
Aquela que passa com a bunda de fora, aquele que passa de mulher
Quem chora de verdade
não esqueçam dos que não tem nada
ou esqueçam se for melhor, deixem em paz
Dentro desse nosso povo estou eu, está você
Chega, estou suando, suando tudo que penso sobre o que tenho visto
E saudade, muita do que nunca mais verei